quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


De onde vem o mal?

                                                                                        - Mariana Cruz


Assassinatos, sequestros, roubos, violência contra pai, mãe, filhos, crianças e idosos. É o fim dos tempos? “Hoje em dia o mundo está perdido”, dizem uns. Maldade, porém, sempre existiu. Não é à toa que, há mais de dois mil anos, o melhor dos homens, o mais bondoso, o mais justo, morreu pelas mãos de seus semelhantes. Nem mesmo Jesus Cristo conseguiu sair incólume da ira da humanidade. Desde muito antes dele até hoje o mal continua a existir, seja nas guerras, no tráfico de órgãos, nos danos à natureza, nas atrocidades dos regimes totalitaristas, no preconceito com o diferente, nos assassinatos por dinheiro, poder, ciúme, inveja.
São tantas as ocorrências que nos levam a suscitar a questão: afinal, de onde vem o mal? Ele já nasce conosco? É algo adquirido pela sociedade? É o demônio que tenta incuti-lo em nós? Aliás, o demônio existe, tem chifrinhos e segura um tridente?Diante dessas divagações acerca do mal, resta-nos a dúvida: se Deus existe e é bom, por que então permitir que o mundo seja habitado por tanta maldade?
São muitas as concepções sobre o mal. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes, o homem é essencialmente mau. Sua célebre frase “o homem é o lobo do homem” ("Homo homini lupus") sintetiza bem sua descrença na bondade humana. Para ele, o homem busca sempre subjugar seu semelhante, dominá-lo. O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, crê que o homem seja bom por natureza, porém é corrompido pela sociedade responsável por suprimir a liberdade dos indivíduos. O pensador alemão Leibniz considera que vivemos no melhor dos mundos possíveis e, sendo assim, a existência do mal no mundo é justificada por uma espécie de compensação futura: “para esta questão não há, neste mundo, resposta a esperar, a menos que, em geral, deva dizer-se que, visto Deus ter achado bom que ele existisse – não obstante o pecado previsto – é forçoso esse mal recompensar-se com juros no universo, dele tirando Deus um bem maior e em suma, essa série de coisas, em que se compreende a existência desse pecador, mostrar-se mais perfeita entre todas as maneiras possíveis” (Leibniz, 2004, p. 64).

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